
HIV/aids, juventudes desamparadas, ativismo adoecido: como resistir em tempos de política da morte?

Refletindo sobre um texto auto etnográfico (ou autobiográfico), ainda não publicado, que fiz sobre minha vivência como pessoa intersexo negra — que nasceu com ambiguidade genital e hormonal e submetida à sucessivas cirurgias, tratamentos, socializações, traumas, dores físicas e psicológicas — minha mãe, Gisa Oliveira, atravessou meus pensamentos enquanto eu relia tal texto, no meio da tarde em casa, ao dizer:
— Pra escrever tudo o que você escreve precisa de muita calma, né, filho.
— Sim, mãe. Mas por quê? — perguntei. E para surpresa minha, ela tornou: —
Conseguir escrever no desespero que estamos é um ato de muita calma e coragem, calma e desespero...
Ativistas de todo o Brasil discutem prevenção combinada ao HIV e ODS no XI Fórum UNGASS/AIDS
Durante dois dias, ativistas e especialistas em HIV/Aids estiveram no Recife discutindo questões sobre a prevenção combinada ao HIV e sobre a importância de garantir a execução das políticas públicas – especialmente as políticas de saúde e a defesa do SUS. O XI Fórum UNGASS AIDS Brasil foi norteado pelas metas estabelecidas nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e pela necessidade de criar estratégias para atuar conjuntamente pela garantia dos direitos...

Boletim Epidemiológico de HIV/Aids 2019

HIV/Aids
Última modificação:
11.12.2019 - 13:44
O “Boletim Epidemiológico HIV/Aids”, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS), publicado anualmente, apresenta informações sobre os casos de HIV e de aids no Brasil, regiões, estados e capitais, de acordo com as informações obtidas pelos sistemas de informação utilizados para a sua elaboração.
Espera-se que as informações contidas neste documento possam contribuir para o controle do HIV/aids no país, no sentido de fornecer subsídios à tomada de decisões nos níveis federal, estadual e municipal.
Depressão: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção
O que é depressão?
A depressão é um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico.
De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%).
A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade. Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens...
Mensagem da diretora executiva do UNAIDS para o Dia dos Direitos Humanos

Direitos humanos são a chave para acabar com a AIDS e vêm sendo o centro de toda a luta e todo o sucesso que tivemos desde o começo da epidemia.
Sem que exigíssemos nossos direitos humanos e sem o incansável apelo para garantir que os direitos humanos continuem centrais na resposta à AIDS, não teríamos hoje mais de 24 milhões de pessoas em tratamento e quatro a cada cinco pessoas vivendo com HIV não saberiam seu estado sorológico. Populações vulneráveis e marginalizadas vivendo com HIV não teriam acesso à cuidados de saúde sem estigma ou a capacidade de exigir responsabilidade dos governos...
Estudo revela como o estigma e a discriminação impactam pessoas vivendo com HIV e AIDS no Brasil ...
A maioria das pessoas que vivem com HIV e das pessoas que vivem com AIDS no Brasil já passou por pelo menos alguma situação de discriminação ao longo de suas vidas. É o que indica um estudo feito com 1.784 pessoas, em sete capitais brasileiras, entre abril e agosto de 2019. Os dados fazem parte do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS – Brasil, realizado pela primeira vez no país...

Aumento do número de gestantes com HIV mostra que mulheres estão confiantes no tratamento antirretroviral, defende especialista.

O número de grávidas com HIV no Brasil vem crescendo desde 2008, de acordo com os últimos dados do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids divulgados pelo Ministério da Saúde. No entanto, é importante enfatizar que dados do Relatório de Monitoramento Clínico lançado também pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2019, mostra que a maioria dessas gestantes já haviam sido diagnosticadas para o HIV e realizavam tratamento antirretroviral.
Além disso, enquanto o número de casos notificados de aids cai entre a população em geral, desde 2014, em todo o Brasil, o número de gestantes com HIV aumentou quase 37% nos últimos dez anos.
A infectologista responsável pelo Núcleo de Resposta à Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais do Departamento de Doenças Crônicas e ISTs, Fernanda Fernandes, afirma que os dados são positivos justamente porque houve uma inversão de cenário...
30 anos com HIV: "Ousamos continuar exercendo nossa sexualidade"

Foi um raio improvável que caiu na cabeça de uma menina de 17 anos no início dos anos 1990", diz a amazonense Vanessa Campos, 47, sobre a infecção pelo vírus HIV. Era o início da epidemia no Brasil. Pouco se sabia sobre a doença e as formas de prevenção ainda estavam pouco difundidas. Em pleno início da vida sexual com o primeiro namorado, a garota se contaminou.
Desde então, já se passaram três décadas. Durante esse tempo, Vanessa enfrentou discriminação, desconhecimento e batalhou para garantir seus direitos de mulher e soropositiva. Chegou a mudar de cidade para recomeçar uma nova vida (foi de Manaus, onde nasceu, para o Rio de Janeiro) e teve de esconder a doença até de parentes.
Mas também casou duas vezes, teve três filhos (duas garotas de 18 e 20 anos e um rapaz de 26 anos) e hoje é representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+BRASIL) e é membro do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas. Há pouco mais de um ano, cansada de medir as palavras e os modos para falar sobre sua condição e decidida a ajudar outras mulheres, Vanessa foi para a internet. Criou uma página no Facebook, a Soroposidhiva, e, ali, passou a publicar depoimentos de sua experiência e outras informações sobre HIV/Aids...
Em evento no dia 8 de março, ativistas defendem autonomia da mulher e exigem respeito
